El negocio corchero en alentejoexplotación forestal, industria y política económica, 1848-1914

  1. dos Santos Alves Ferreira Faísca, Carlos Manuel
unter der Leitung von:
  1. Francisco Manuel Parejo Moruno Doktorvater/Doktormutter
  2. Maria Dulce Alves Freire Co-Doktorvater/Doktormutter

Universität der Verteidigung: Universidad de Extremadura

Fecha de defensa: 29 von November von 2019

Gericht:
  1. Antonio Miguel Linares Luján Präsident/in
  2. María Amelia Filipe Branco Antunes Dias Sekretär/in
  3. Sergio Riesco Roche Vocal

Art: Dissertation

Zusammenfassung

O presente trabalho consiste no estudo do negócio corticeiro em Portugal durante a segunda metade do «longo» século XIX (1848-1914), tendo como referência concreta o espaço do Alentejo, definido como o somatório das atuais Nomenclaturas das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS) III que usam essa designação: Alto Alentejo, Alentejo Central, Alentejo Litoral e Baixo Alentejo. A escolha por este espaço regional deve-se à representatividade do mesmo no negócio corticeiro português, visto que, na cronologia apresentada, era não só (como ainda é) o principal produtor florestal de cortiça, mas também onde grande parte da indústria corticeira se encontrava fixada. Sabendo que atualmente Portugal lidera o negócio corticeiro em todas as suas facetas –florestal, industrial e comercial–, mas que tal não ocorria no século XIX, o principal objetivo é compreender, a partir da análise detalhada do setor florestal, da indústria e da política económica, se no Alentejo e, por extensão, se em Portugal, o negócio corticeiro aproveitou todas as suas potencialidades, através da comparação com o que na época se passava no setor corticeiro espanhol. De facto, o lugar que atualmente Portugal ocupa no negócio corticeiro era, até à década de 1930, preenchido por Espanha, não obstante ser em Portugal que o sobreiro melhor vegeta e, consequentemente, onde existe um maior potencial para a produção de mais e melhor cortiça. No sentido de responder a esta problemática, a investigação desenvolvida apoia-se numa multiplicidade de fontes documentais, manuscritas e impressas, produzida por agentes económicos privados e por entidades públicas, bem como na bibliografia já publicada sobre o tema em questão, sobretudo no que diz respeito ao desempenho do setor corticeiro espanhol. A dissertação está estruturada em seis capítulos, sendo o primeiro de carácter introdutório e onde se inclui a apresentação do tema, os objetivos, a literatura científica já existente, as fontes utilizadas e a sua crítica, as delimitações geográfica e cronológica da tese, e a caracterização do espaço do Alentejo, sob o ponto de vista geográfico, demográfico, económico e social. O segundo capítulo apresenta uma visão de longo do prazo do negócio corticeiro, enquanto os capítulos terceiro, quarto e quinto concretizam o tema em estudo, dedicando-se, respetivamente, à exploração florestal, à indústria e à política económica. No último capítulo, tendo em conta as conclusões de cada um dos anteriores, procura-se responder à pergunta inicial, concluindo-se que, apesar do setor corticeiro português não ter beneficiado de muitos dos fatores institucionais que lhe vão permitir a ascensão, em meados do século XX, a primeira potência mundial corticeira, a verdade é que em Espanha tal também não ocorreu. Assim, o menor desempenho económico do setor corticeiro português deveu-se mais a questões históricas relacionadas com um arranque mais tardio do mesmo, do que a outro tipo de fatores. É ainda de referir que, decorrente do estudo do negócio corticeiro no Alentejo de oitocentos, outras questões foram surgindo às quais também se apresentam as respetivas conclusões. Em concreto, na exploração florestal, a opção pelo arrendamento de cortiça como forma de abastecimento de matéria-prima e, no setor industrial, os fatores de localização e deslocalização industrial.