Conviver com a hospitalização infantilmães e quotidianos de vida

  1. Ferreira Mendonça, Vera
Dirigée par:
  1. Fernando Bessa Ribeiro Directeur/trice
  2. Ana María Ullán de la Fuente Directeur/trice

Université de défendre: Universidad de Salamanca

Fecha de defensa: 16 juillet 2014

Jury:
  1. Isabel Serrano Pintado President
  2. María Carmen Rodríguez Villoria Secrétaire
  3. Sílvia Portugal Rapporteur
  4. Maria Johanna Christine Schouten Rapporteur
  5. Noemí Avila Valdés Rapporteur

Type: Thèses

Résumé

[PT]A doença e a hospitalização infantil constituem eventos imprevisíveis que produzem grande sofrimento quer na criança quer na família desorganizando de forma particular a vida da mãe por ser, em regra, a principal acompanhante durante o processo. A presente investigação procurou compreender o quotidiano de vida de mães com crianças hospitalizadas, considerando o género e a construção social da maternidade como dimensões estruturantes dos modos de acompanhamento materno e dos sentimentos vivenciados. Trata-se de uma investigação com uma forte abordagem metodológica qualitativa, ancorada no método etnográfico, realizada na Unidade de Pediatria do Hospital Sousa Martins, Unidade Local de Saúde da Guarda. A investigação foi realizada em dois momentos distintos: i) “a dor do sentir”, imersão no terreno, estando e (con)vivendo com os atores sociais realizada de março a outubro de 2012; ii) “a dor do lembrar”, realização de entrevistas entre janeiro e agosto de 2013. Para a organização e o processamento do material empírico, utilizou-se o software QSR NVivo versão 8, a interpretação dos dados foi realizada através da análise de conteúdo. O estudo possibilitou compreender o quotidiano de vida de mães com filhos hospitalizados e a influência de género nos papéis sociais assumidos pela mulher. Destacam-se os sentimentos que, de invisíveis e indizíveis, se traduziram em silêncio, voz e lágrimas de mulheres-mães cujas vidas as expôs à adversidade da hospitalização de um filho, demonstrando ser árdua e sofrida a tarefa por tudo o que provoca e lhes parecia tão indescritível.